quinta-feira, 16 de junho de 2011

E a felicidade? Existe?


Fiquei de queixo caído quando, passando em frente a uma banca de jornal, dei de cara com a capa da revista Época (23.05) que dizia: “O mito da felicidade: família, dinheiro, amor, sexo...nada disso fará você feliz”. A palavra “mito” significa “coisa que não existe na realidade”. Então é isto? Felicidade não existe? Estaria então o homem condenado ao inferno da infelicidade? Segundo a revista a felicidade não representaria mais o objetivo principal do homem contemporâneo, que se contentaria com um certo “bem estar” puramente subjetivo. Uau! Em cinco páginas jogaram no lixo um dos conceitos mais significativo para a pessoa humana: a possibilidade de ser feliz nesta vida e para além dela.

A felicidade é um desejo universal: todos a querem. Epicuro dizia que, se a temos, temos tudo, mas se ela nos falta, fazemos de tudo para obte-la. No Google, se alguém teclar “felicidade” vai ter 39 milhões resultados! Basta ver ao nosso redor que o desejo de felicidade é habilmente manipulado pela mídia. No mundo publicitário, felicidade é ser sorteado para gastar 50 reais em compras ou então beber a cerveja certa, na temperatura certa, na praia certa... Como vemos, a felicidade está na ordem do dia, e não é de hoje. Mas o que significa mesmo felicidade?   

Em S. Agostinho, felicidade é procurar Deus: Encontrando-O se é feliz imperfeitamente na condição presente, perfeitamente na eternidade. Já S. Tomás de Aquino ensina que felicidade significa conseguir o bem perfeito; logo, o homem, que pelo seu intelecto é capaz de reconhecer o bem perfeito e pela sua vontade deseja gozá-lo, uma vez conseguindo este bem perfeito, será feliz. Claro está que S. Tomas fala aqui do Bem com b maiúsculo, ou seja, Deus. Se Deus é o Bem perfeito, contemplá-lo será, para o homem, a perfeita felicidade. Felicidade do outro mundo!

Mas Tomás também sustenta que o homem é capaz de ser feliz já neste mundo! Claro, de modo imperfeito, participando da verdadeira e perfeita felicidade. Neste sentido o homem é feliz quando tem sorte, bens, saúde, honra, uma família estruturada, amigos, quando ama e é amado e também quando realiza o seu programa de vida. Simples assim. O mais incrível é que o homem, reconhecendo a sua total contingência e percebendo-se aberto a mais absoluta transcendência, é capaz de ser feliz mesmo nas adversidades. Eis a felicidade dos santos! Aqui, felicidade não tem nada a ver com realidades externas, mas sim com a possibilidade do homem realizar o seu SER o máximo possível, abrindo-se assim a conquista da felicidade perfeita. 

Deus não criou o mundo para que nele o homem fosse infeliz, ainda que tantas vezes a vida pareça um “vale de lágrimas”. Ao contrario do que a revista afirma a felicidade não é um mito, já que ela tem muito a dizer à existência humana. Madre Tereza de Calcutá nos recorda: “a vida é uma felicidade, mas faça por merecê-la”. É isto! Felicidade existe, mas é preciso conquistá-la...aqui na terra, como no céu!
pe. Gil

Um comentário:

  1. Felicidade não existe mesmo.
    O que existem são momentos felizes:
    quando estamos com alguém ou conquistamos algo
    e principalmente quando oramos.
    Quando mais momentos felizes,
    maior a sensação de felicidade.
    Então tenha bastantes momentos felizes.
    Abraços
    Nádia Mesquita

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